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11/08/2008

Máscaras, para que servem ?

Às vezes assiste-se a situações , no mínimo patéticas. Se ao menos fosse pela piada da coisa como quando nos mascarava-mos em criança, mas não, é pior do que isso, é o mostrar o que não se é, é de uma imaturidade e cobardia gigantes, e o pior é que vemos gentes de todas as idades e estratos sociais a fazer isso.

Para que é que interessa conhecer uma pessoa que finge e que se mascara constantemente ?
Nada.
Por isso que digo a quem me ler, façam como eu , não liguem ao aspecto exterior, muito menos a coisas fúteis nas primeiras impressões, só se quiserem ser enganados.
Nesta sociedade do que o que interessa é as aparências , e os que se queixam são os patéticos(as) que ligam demais a isso , neste Portugal que hoje em dia se trata mal os pais e os avós , o que interessa isto ?
Agora que se vê tios e novos ricos a olhar de soslaio para os antigos pescadores e agricultores. O que interessa esta gente que nada sabe do que é ser português ?
Desta gente que se máscara de europeu americanizado, na verdade esse facto só me dá é nojo.E é vê-los em discotecas e bares "fashion" com as suas supostas vestes opulentes de marcas patéticas como pepe jeans e Gant e outras iguais , uma tristeza quem é que querem enganar ? Só se for a eles ou elas mesmo. Porque a mim não me enganam de todo, não passam de europeus americanizados , nada tem a ver com o puro português com alma de lusitano .
Muito mais interessantes que médicos e engenheiros com os cursos pagos pelos pais , são pessoas com alma e com experiência de vida, lutadoras, que cultivam o bem nacional, os nossos produtos as nossas almas, canções e gentes.

6 comentários:

QuartoCrescente disse...

Naturezas... concordo com muitas das coisas que aqui escreveste. Existem máscaras e máscaras...Existem aquelas de que falas... das pessoas para as quais as aparências valem mais do que tudo, outras que as pessoas usam de uma forma inconsciente, outras que se usam por conveniência, outras causadas por estados de espírito, outras que se usam em fase de mudança etc... Sei que leste o livro "O Lobo das Estepes"... no fundo o personagem pensava que só tinha duas "máscaras"... chegou no entanto a conlusão que tinha muitas!Mas penso que entendo onde quiseste chegar. Talvez à hipocrisia...

Não avalio uma pessoa pelo seu aspecto exterior apesar de ter a noção que o aspecto exterior reflecte o interior da pessoa. Não coloco ninguém à margem porque sei que todos temos muito para dar. Mas também não ponho de parte as primeiras impressões. Penso no entanto que isso tem a ver com uma questão de sensibilidade. Quantas vezes conheço pessoas que são simpáticas para mim e sinto que existe algo por trás que não combina? O contrário também acontece. Por uma questão de feitio ou qualquer outra coisa, e apesar de me desiludir muitas vezes, gosto de travar conhecimento com as pessoas.Sempre aprendo muito. No fundo também as desilusões acabam por não serem desilusões mas aprendizagens.

Não sou pessoa de me isolar do Mundo embora também goste dos meus momentos de retiro.Acredito também que as pessoas estão em constante mudança e talvez por acreditar nisso ou por ingenuidade, não ponho ninguém de parte. A própria vida encarrega-se de afastar quem já não faz parte do meu trajecto em dado momento.

O meu pai ensinou-me algo bem valioso para mim e que ficou enraizado na minha pessoa: cumprimento tão bem um presidente como um pescador.
Também não tenho nada contra quem usa Pepe Jeans, ou Gant. Apesar de uns usarem de uma forma e outros de outra. É bom que quem tenha dinheiro o ponha a circular. Vendo as coisas de outra forma isso dá trabalho a muita gente.

E tens razão a experiência de vida é muito importante e aliás já se vai vendo em entrevistas para certos empregos que não é o "canudo" que vale mais mas sim o carácter e a experiência de vida.

É difícil ser-se português genuíno com toda esta globalização... mas ainda há quem aprecie as tradições, os príncipios, as raízes...


Vim agradecer-te a mensagem no meu blog. Penso que a Felicidade não é algo que se atinja. Existem momentos de felicidade e graças a Deus já tive muitos. A Felicidade é algo que procuramos em cada instante. Penso que ela se alia muito à Paz de Espírito. Passei por tempestades como qualquer ser humano e que no fundo me deixaram mais forte e enriqueceram a minha vida.

Um grande beijinho para ti. Há muito, até num outro blog, vi que temos maneiras de sentir a vida um pouco semelhantes. Foi bom trocar ideias contigo.

Obrigada!

I.D.Pena disse...

De nada .
Sobretudo gosto de pessoas verdadeiras , que não precisem de usar máscaras e respeito quem não precise de máscaras para ser exactamente como é.
Quanto aos que se mascaram, uma vez que precisam de máscaras tenho pena , pena porque o Sol pode doirar a pele (verdadeira personalidade) dessas almas, quanto àqueles que nem a si próprios se revelam , lamento profundamente.
Beijos Quarto crescente

FATifer disse...

Hum… apetece-me provocar um pouco e perguntar-te se achas realmente que é possível vivermos sem usar máscaras? Sim, bem sei que falas de pessoas que usam tanto a máscara que já não se reconhecem sem ela mas poucos serão os que se podem dar ao luxo de viver em sociedade e não usar uma máscara (pelo menos de vez em quando) não?

E vou continuar a “provocar-te” pedindo-te uma definição do “puro português com alma de lusitano”… quantos de nós nos poderemos arrogar o direito de nos considerarmos isso?

Percebi a intenção do teu texto tal como espero que entendas a intenção destas minhas “provocações”… aguardo as tuas respostas, se me quiseres dar a honra de me responder…

Beijinho,
FATifer

PS – ok beijinho não, beijinhos… senão ainda me atribuis a mascara de “tio” :P

I.D.Pena disse...

Hahaha Fatifer , fico contente que estás de bom humor :P

É super possível viver sem máscaras dentro e fora da sociedade, qual a razão de uma pessoa dar a entender que é o que não é? De copiar o que o outro tem ? Conheço imensas pessoas assim felizmente,que não usam máscaras, eu não gosto de rotular ninguém, mas à que chamar as coisas pelos seus nomes, e hoje em dia o que é que se "cultiva" culturalmente ? A não ser usar marca tal de roupa e frequentar sitio tal , e ter o curso tal , vai-se a perguntar , e a resposta é triste, ou é porque dá dinheiro ou é porque os pais assim o quiseram.

OK não são todas as pessoas assim , mas existe uma maré de acéfalos que vão um dia representar-nos nas diferentes áreas , e o que é noto ? Que estam-se a marimbar para o próprio país , para a sociedade, para a política, para tudo.

E depois a geração que se segue à nossa , por acaso notaste como se comportam nas escolas Fatifer ? A geração do "dá-me o tlm", do completo desrespeito pelas figuras autoritárias (pais, professores), entristece-me que lhes falte individualidade, porque uma coisa é desrespeitar os nossos pais , outra é questioná-los sem faltar ao respeito.

Quanto às pessoas que usam máscaras, e precisam delas , como já disse , lamento que achem que precisem disso , lamento que achem que essa é a sua única alternativa. Lamento que se refugiem em algo que não são .

Quanto ao puro lusitano , bom isso é um exagero , mas já olhaste para a nossa história ? Já olhaste bem para o povo português ? Farto-me de ouvir que somos pacíficos e deixamos que façam tudo etc , parece que se esquecem da nossa história , parece que se esquecem que temos o Camões, Pessoa, e outros , assim como o fado , o vinho , a cortiça , textil e agricultura etc... tu percebes , dá-se muita atenção ao que vem de fora em vez de se dar atenção ao que está cá dentro. E o pior é que os mesmos que compram o que não é nosso , ainda se queixam porque o seu produto não vende, e isto tem que partir de todos, o estado tem muita muita culpa , hoje em dia o estado nem sequer se interessa realmente em apoiar pequenas ou médias empresas , o que lhes interessa é colectar os impostos para construir , quando se calhar deveriamos era conservar o que já temos . Enfim isso é um assunto que como vocês dizem dava pano para mangas...

Não acho necessidade de usar máscaras de todo, somos imperfeitos, somos humanos, temos virtudes assim como defeitos, e se gostarmos verdadeiramente de quem nos rodeia - amamos, não só pelas virtudes , mas também pelos defeitos, e aplica-se a tudo, temos as nossas próprias limitações como é natural , mas grande parte das vezes somos nós próprios que nos auto-limitamos.

E podes "provocar" quantas vezes quiseres , arriscas-te é a ler o que escrevo.

E quanto a máscaras e rótulos , não ligo nenhuma a isso , por isso podes dizer , beijinho, beijinhos , beijokas , abraços , abreijinhos , kisses , jokas , wathever , é um beijo, e a intenção é que conta.
:)

Pedro disse...

Natura, natura... toma lá:

"os novos revolucionários de 1910, com excepção honrosa dos que não sabem ler, não tiveram por decuriões senão os seus predecessores revolucionários liberais de 34. E daí para trás - o que quer dizer daí para cima - nunca abriram um livro com medo da infecção clerical, porque todos eles acreditam com fetichistico ardor que o clericalismo é o inimigo, segundo a fórmula célebre com que o príncipe de Bismarck conseguiu sugestionar Gambetta para o irremediável desmembramento moral da França."

...

"Atolados há mais de um século no mais funesto dos ilogismos políticos, esquecemo-nos de que a unidade nacional, a harmonia, a paz, a felicidade e a força de um povo não têm por base senão o rigoroso e exacto cumprimento colectivo dos deveres do cidadão perante a inviolabilidade sagrada da família, que é a célula da sociedade; perante o culto da religião, que é a alma ancestral da comunidade, e perante o culto da bandeira, que é o símbolo da honra e da integridade da Pátria. Em pleno século XX, muito depois de inteiramente refutada pela moderna crítica histórica a supersticiosa lenda da Revolução Francesa, revolucionámo-nos nós para o fim de abolir todos esses velhos deveres e de adoptar como um evangelho novo a estafada, ensanguentada e enlameada Declaração dos Direitos do Homem, como se à frágil e efémera criatura humana fosse lícito invocar qualquer espécie de direitos perante as leis inexoráveis e eternas que implacavelmente regem toda a ordem universal! E para o fim de pormos em plena evidência essa ilusão retórica aclamamos uma sexta República nova dezenas de anos depois de sucessivamente abolidas as outras cinco a cuja existência deu origem o extinto prestígio da Revolução, e das quais nem sequer já sobrevivem os nomes. Quem se lembra hoje do que foram a Batávica, a Cisalpina, a Ligúrica ou a Partenopeia?

Quebramos estouvadamente o fio da nossa missão histórica. Desmoralizamo-nos, enxovalhamo-nos, desaportuguesamo-nos.

Pelos processos improvisados e caóticos em que vivemos sucessivamente nos desenraizamos do torrão paterno, desandando e retrocedendo da ordem ascendente e lógica de toda a evolução social, principiando por substituir o interesse da Pátria pelo interesse do partido, depois o interesse do partido pelo interesse do grupo e por fim o interesse do grupo pelo interesse individual de cada um. É a marcha da dissolução marcha rapidíssima para o aniquilamento, porque é inteiramente aplicável à vida social a lei biológica de que toda a decomposição orgânica dá origem a seres parasitários cuja função é acelerar e completar a decomposição.

Escrevo estas linhas em face da mais pavorosa onda de sangue e de lágrimas que parece encapelar-se das profundidades do desconhecido para subverter o mundo. Perante um tão descomunal conflito de violência e de força parece-me indubitável que o desfecho da actual conflagração europeia não poderá ser senão a refutação absoluta do dogma democrático da liberdade, da igualdade e da fraternidade humana. A lição final da guerra será na humanidade assim como o é na natureza o simples triunfo implacável do que pode mais sobre o que pode menos.

Não nos precipitemos a amaldiçoar a brutalidade de um tal destino enquanto não reflectirmos no que é realmente a força e de que natureza são os tão complexos elementos integrados nesse fenómeno global.

De quantos vícios e de quantas farroncas se compõe uma fraqueza? De quantas virtudes ignoradas e recônditas se constitui uma força humana?

Bem exíguo, bem frágil, bem desacompanhado do mundo era o pequeno Portugal que no espaço de cem anos, entre o século XV e o século XVI, se assenhoreou no globo de um império territorial e marítimo consideravelmente superior àquele a que aspira a hegemonia germânica dos nossos dias.

À ponta da espada Portugal submeteu nada menos de trinta e três reinos, a que ditou a lei e que tornou tributários do seu soberano; dilatou o domínio português às mais vastas regiões da Ásia e da América, deixando ainda aos seus missionários e aos seus portadores de civilização através do mundo o tempo e a serenidade precisa para concomitantemente escreverem doze gramáticas e dezassete dicionários de línguas orientais até então desconhecidas, além de muitas dezenas de obras. diversas, por meio das quais, antes de mais ninguém, ele ensinou à Europa a geografia física e a geografia política do Oriente e da África.

Porquê? Porque pelas virtudes guerreiras dos seus navegadores e dos seus soldados, pelo saber dos seus letrados e dos seus monges, pela disciplina do seu povo, pelo exemplo dos seus Reis no campo de batalha, a Portugal coube então o privilégio desse direito que tanto nos confrange quando exercido pelos outros – o direito da força.

Defenda-nos Deus por sua misericórdia da hora de perigo nacional em que tenhamos de perguntar onde estão os descendentes e os representantes dos antigos homens de Ourique, de Aljubarrota, de Ceuta e de Diu."

Ramalho Ortigão, Carta de um velho a um Novo.

Isso de ser português e tal, é uma coisa complexa, é preciso saber o que é Portugal. Acerca do Lobo das Estepes, não são máscaras, são personalidades. É uma ideia do Nietzsche, um homem não é um homem, um homem tem mil homens dentro de si. E não são máscaras.

FATifer disse...

Cara Naturezas,

Em primeiro lugar, fico honrado de merecer tão longa resposta.

“E podes "provocar" quantas vezes quiseres , arriscas-te é a ler o que escrevo.”

Se não gostasse de ler o que escreves achas que estaria aqui a “provocar-te”? :)

Acho que me respondeste muito bem e digo-te que partilho muitas das tuas “indignações”, “frustrações” e opiniões… também acho triste a falta de identidade que as gerações depois da nossa revelam (sendo que na nossa já uns certos casos tristes). Também me faz impressão a falta de cidadania mas isso é um problema que não é fácil de analisar, tal como o é a nossa falta de amor-próprio enquanto Portugueses… muitos livros já devem ter sido escritos e vão ser escritos acerca disto, quem sou eu para “mandar bocas”?

“Não acho necessidade de usar máscaras de todo, somos imperfeitos, somos humanos, temos virtudes assim como defeitos, e se gostarmos verdadeiramente de quem nos rodeia - amamos, não só pelas virtudes , mas também pelos defeitos, e aplica-se a tudo, temos as nossas próprias limitações como é natural , mas grande parte das vezes somos nós próprios que nos auto-limitamos.”

Concordo mas continuo a também a achar que são poucos aqueles que não usam mascaras de todo… ok posso estar a alargar o teu conceito de mascara a todas as situações em que temos de fingir ou não dizer toda a verdade, por conveniência ou por costume social… entendes ao que me refiro?

“Conheço imensas pessoas assim felizmente, que não usam máscaras”

Fico feliz por ti… eu, ou é porque uso as palavras com muito mais parcimónia ou porque tenho azar mas não usaria a palavra “imensas” mas sim algumas…

Ainda bem que não rotulas pois embora escreva “beijinho” dou sempre dois (sim já fiquei pendurado umas quantas vezes… ;) )

Beijinhos,
FATifer